quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Viagem do ano passado

Se alguem estiver interessado no relato da viagem que fizemos o ano passado, aqui fica o link:
http://www.autocaravanaverao2008.blogspot.com/
Um forte abraço a todos os amigos

domingo, 20 de setembro de 2009

Itália, Austria, Rep.Checa, ...em Autocaravana


















Em primeiro lugar um especial agradecimento aos amigos Corália, Domingos e Luisa por nos terem ajudado durante a nossa ausência do país, a assegurar o normal funcionamento quer da casa quer do escritório. Sem a sua ajuda não teria sido possível uma viagem tão longa e tão tranquila. Obrigado amigos!

Porquê viajar? Porque não aproveitar os 25 dias para a praia? São opções, e nós gostamos de conhecer novos lugares, saber a sua história, contactar gente diferente e ter novas experiências. Creio que a intenção é aprender e assim aproveitar da melhor maneira o tempo que aqui estamos.
Mas viajar sim, mas o que ver? qual o objectivo? qual o plano?
Nos anos anteriores, essa questão quase não se colocava mas este ano houve alterações. Tivemos conhecimento que no site da UNESCO, estava uma lista de locais património da humanidade e, embora já tivéssemos uma ideia definida do percurso, resolvemos acrescentar novas etapas que permitissem visitar esses locais que ficavam em caminho. Foi assim que surgiram San Gimignano e Hallstatt.
Site da UNESCO obrigatório!!!!

http://whc.unesco.org/en/list

Livros essenciais – Itália - Guia American Express
Guia dos parques de campismo 2008


Férias de Verão 2009 – Espanha, Itália, Áustria, Republica Checa, Alemanha, Holanda, Bélgica, França.

1º Dia - Dia 5 de Agosto de 2009
Peniche a Mérida (Esp.)
Km percorridos 375
Saímos por volta das 6 da tarde e chegámos a Mérida por volta das 21:00. Foi o tempo de procurar o lugar de pernoita e prepararmo-nos para descansar pois no dia seguinte tínhamos de ir até Barcelona.
Local de pernoita em Mérida (estacionamento pago)
N 38º55’13’’
W 6º20º20º

2º Dia – 6 de Agosto
Mérida a Barcelona
Km percorridos 966
Uma viagem muito cansativa. Um calor insuportável, não temos ar condicionado, ventoinhas ou outra forma de nos refrescarmos sem ser à custa dos litros de água que bebemos. A parte que mais custou foram os trezentos e tal quilómetros de Madrid a Saragoza. O calor é muito e a paisagem é árida…
Saímos com uma margem de 3 horas “just in case…”. A saída do ferry-boat que nos levava a Civitavecchia a 60 km de Roma, estava prevista para as 22:15, de modo que seria uma “bronca dos diabos” perdermos o barco….Felizmente tudo correu bem e chegámos às 19:00.
Fomos dos primeiros a chegar, o barco saiu com uma hora e meia de atraso mas ninguém se preocupou muito com isso (no stress).
Cruise Roma da Grimaldi Lines, um barco bom, novo, mas com alguns problemas na saída dos carros. Não é um Ro-Ro, daqueles que se entra pela popa e depois se sai pela proa. Ficámos um pouco preocupados com a confusão das manobras de inversão, com o tráfico intenso, com camiões TIR a fazerem manobras arriscadas dentro do barco….

http://www.grimaldi-lines.com/england/index.jsp?lan=EN

3º Dia – 7 de Agosto
Barcelona a Civitavecchia
Km percorridos 1500 aprox. (no Mediterrâneo).
Depois do cansaço do dia anterior sabiam bem umas quantas horas de tranquilidade. E este meio de transporte permite a cada pessoa fazer o que lhe agrada dentro de um leque muito grande de opções, tais como as danças de salão e a discoteca durante toda a noite, o casino os restaurantes, o spa e os bares, ou aproveitar o tempo para não fazer nada.

A chegada a Civitavecchia foi por volta das 19:00.
Tinha mandado um fax uns dias antes ao parque de campismo Village Roma, a dizer que iria chegar por volta das 21:00, fazendo já conta com o trânsito de Roma. Tinham-me dito que o trânsito era caótico. De facto notei que grande parte dos carros apresentavam amolgadelas e só aí é que nos apercebemos do significado do comentário de um companheiro nosso, quando dizia que gostava de regressar a Roma mas com um carro a cair aos bocados, só para ter o prazer de dar uns “toques” (assim como nos carrinhos de choque).
Felizmente tudo correu bem, e chegámos ao Camping quando faltavam 20 minutos para as 21.
Tal como tinham prometido tinham-nos o lugar reservado, numa localização muito boa.
Instalámo-nos ao som de música dos anos 50 e 60. Era noite de rock n’roll de modo que uma banda tocava Buddy Holly, Elvis Presley, Johnny Cash e outros com muito boa qualidade, até ás 23 Horas.

Coordenadas do Village Roma
N 41º53'15''
E 12º24'16''

4º Dia – 8 de Agosto
Tínhamos reservado para este dia a visita ao centro antigo de Roma. O coliseu em primeiro lugar depois o palatino e depois o fórum.
Que dizer?…Roma cidade eterna! Tanta história tantas histórias! Se fosse possível cortar com uma faca na vertical esta cidade, tínhamos em andares perfeitamente definidos, testemunhos das casas construídas nas diversas civilização que ao longo dos séculos habitaram esta zona. Bem dizia a nossa guia no museu do Vaticano, que desculpem os nossos visitantes por só termos duas linha de metro, mas quando escavamos encontramos achados arqueológicos únicos e temos que parar os trabalhos.
Comprámos uma visita guiada em espanhol ao Coliseu. Durou aproximadamente uma hora e meia e valeu o dinheiro que pagámos pois ficámos a conhecer o Coliseu com alguma profundidade. Lotação de 75.000 pessoas e pasme-se! a evacuação dessas pessoas podia-se fazer em 15 minutos. Engenharia de há 2000 atrás!!!
Outra curiosidade. O coliseu era um edifício luxuoso com mármores a revestir as paredes, ferro a reforçar os arcos, estátuas e obras de artes espalhadas pela área. Costumamos falar dos bárbaros conhecidos pela sua atitude de desprezo e pelos actos de destruição e crueldade que praticaram. No entanto o papa Urbano VIII, que antes de ser papa se chamava Maffei Barberini foi quem teve a ideia de “reciclar” os mármores do Coliseu e instalá-los nas basílicas católicas de Roma. O bárbaro Barberini…


Depois do coliseu foi a visita ao palatino onde se situavam a residência dos imperadores e dos aristocratas de Roma.
Foi nesta pequena colina, o monte palatino que, segundo a lenda, uma loba terá trazido os gémeos Rómulo e Remulo. Rómulo terá aqui matado o seu irmão e fundado uma povoação que se viria a tornar Roma.
Debaixo de um calor tórrido visitámos o estádio, a Domus Augustana, a residência oficial dos imperadores e os outros locais incluindo o museu.
Depois foi a vez do fórum. O calor era quase insuportável e em cada fonte quase tomávamos banho, cabelos e tshirts encharcadas que passados cinco minutos estavam completamente secos.
Depois foi o fórum subimos pelo lado direito onde fomos dar á Piazza del Capidoglio, por detrás do monumento a Vítor Emanuel II.
O pavimento geométrico e as fachadas daquela piazza foram desenhadas por Miguel Ângelo.
Descemos pelas escadarias em direcção à Piazza Venezia e depois maravilhámo-nos com o monumento a Vítor Emanuel II, o unificador de Itália (o Vaticano diz que é a “ocupação” de Itália. Pudera para quem na altura possuía uma extensão de território desde Florença a Nápoles e hoje está reduzido a 40 hectares…).
O monumento está em fase final nas obras de restauro e a brancura do mármore é espectacular, quase cega!
Depois foi tempo de regressar ao parque de campismo e descansar.

5º Dia – 9 de Agosto
Segundo dia em Roma. Objectivo número um: ver a estátua de Moisés, em San Pietro in Vecoli (São Pedro acorrentado) igreja assim chamada por guardar as correntes com que, segundo a tradição, S.Pedro terá sido acorrentado.
Valeu a pena. A estátua e o envolvente justificam perfeitamente a deslocação.
Depois da visita a esta igreja, fomos a Santa Maria Maggiore, igreja famosa pelos mosaicos e pela combinação de vários estilos arquitectónicos. O que mais impressiona é o tecto. Está-se à espera de uma igreja tradicional com a nave central com uma cúpula mas o tecto é plano! e muito bem decorado, (diria ricamente). Outra maravilha é o chão e a torre dos sinos.
Apanhámos o autocarro e fomos à procura da Fontana di Trevi
Fontana di Trevi!
Sou suspeito nos meus comentários em relação a este conjunto artístico, felizmente muita gente concorda que é “a mais bela fonte do mundo”.
Foi concluída em 1762. As figuras centrais são Neptuno ladeado por dois tritões que simbolizam os diferentes estados do mar: um deles tenta domar um cavalo marinho selvagem, enquanto o outro conduz um animal mais dócil.
O lugar assinalava o termo do aqueduto de Aqua Virgo, construída em 19 a.C., por Agripa, genro e braço direito de Augusto, para abastecer as novas termas de Roma. Um relevo no primeiro andar mostra uma rapariga, Trívia, a quem a fonte deve o seu nome. Diz-se que ela mostrou a nascente de água aos sedentos soldados romanos, a 22 km da cidade.
A primeira vez que vi a Fontana di Trevi foi em “La Dolce Vita de Felini”, tinha eu uns 16 ou 17 anos e fiquei desde logo fascinado pela beleza daquela fonte.
Anita Ekberg, com um longo vestido negro, entrando na fontana e chamando “Marcello, Marcello, come here! hurry up”
Mais tarde quando o sentido crítico ficou mais agudo, atribui o fascínio aos efeitos fotográficos. Desta vez o fascínio voltou, pois a fonte é mesmo bonita! Um único senão, os milhares de pessoas que estão à volta do complexo. É nossa convicção que se a policia que constantemente patrulha a área, não estiver sempre a chamar a atenção das pessoas, todas sem excepção se atrirariam lá para dentro para uma banhoca. De qualquer modo aqui fica o conselho – melhor hora para visitar - 5 da manhã…
Aqui vai um link para um excerto do La Dolce Vita
http://www.youtube.com/watch?v=_99e25pmd5cE outro que explica em pormenor a fontana

http://www.blogbelavida.com/post/845/monumentos-italianos-fontana-di-trevi-lendas-e-curiosidades

E um outro do turismo italiano com a vista da fonte em 360º
http://www.italyguides.it/us/roma/trevi.htm

Depois seguimos em direcção ao Panteão, passando primeiro por Sant’Ignazio de Loyola, uma igreja com uma particularidade. Quando se olha para o tecto vê-se um fresco representando o sucesso dos missionários jesuítas por todo o mundo. Por cima de quatro mulheres que representam a Ásia, a Europa, a América e a África, anjos e bonitos jovens ascendem ao céu. Fica-se com a ideia que a cúpula é enorme e que, da parte de fora, se deve ver uma grande calote. Errado. O pintor desta obra Andrea Pozzo pintou-a sobre um disco achatado, uma vez que a construção da cúpula, inicialmente projectada, iria tapar a vista que um alto dignitário da igreja tinha da cidade…
O panteão é o monumento mais antigo e mais bem conservado de Roma. O primeiro templo no local “ O templo de todos os Deuses”, datando de 27 e 25 a.C. e mandado erigir por Adriano, era rectangular. A estrutura actual foi mandada construir e possivelmente concebida pelo imperador Adriano em 118 d.C..
No século VII, os Cristãos diziam ser atormentados por demónios quando por ali passavam, razão pela qual foi dada autorização para transformar o Panteão numa Igreja. É o monumento onde estão sepultados os monarcas italianos e é imponente pela dimensão e especialmente pela enorme cúpula.
Para terminar o dia fomos à Piazza Navona.
Outro espanto! As três fontes! A beleza das esculturas e dos jogos de água, a dimensão do espaço! Esta praça costumava ser inundada durante o Verão até ao século XIX para os habitantes de Roma puderem usufruir da “piscina”, e é engraçado imaginar as cenas de romanos banhando-se naquela praça.
Continua a ser o centro social da cidade, o sítio onde as pessoas se encontram e convivem.
A fonte central Fontana dei Quatro Fiumi, desenhada por Bernini exibe na base do obelisco, estátuas que representam os quatro maiores rios do mundo na época: o Nilo, o rio da Prata, o Ganges e o Danúbio.

Um pormenor que não chegou para nos interromper as férias, roubaram-me a carteira com todos os documentos no “metro” por volta das 19:00 (hora de ponta).

6º Dia – 10 de Agosto
O dia da visita ao Museu do Vaticano. Visita guiada em espanhol para as 12:30.
Primeiro um “salto” à embaixada de Portugal na qual fomos muito bem atendidos. Explicámos a situação (que pelos vistos é o “pão nosso de cada dia”) e fizeram-me um documento provisório válido por trinta dias.
Depois uma correria para chegar ao museu, tivemos que correr e passar ao lado de uma fila de milhares de pessoas (só aí compreendemos a vantagem da visita guiada e significado de evitar quatro horas de espera sob um sol abrasador).
Apesar da maratona chegámos atrasados à visita, mas nada de preocupações ‘se não vais neste grupo vais no outro a seguir’.
A nossa guia a Daniella, fez os possíveis por nos manter interessados durante o percurso de mais ou menos hora e meia, apesar do mar de gente (rio de gente), e do calor – muito calor!
20.000 pessoas visitam por dia esta ínfima parte dos 7 km de museu.
40.000 pés pisam os mosaicos romanos semelhantes aqueles que nós em Conímbriga não podemos (devemos) pisar.
Dizia a nossa guia, “que paciência!, terem retirado das casa romanas originais os mosaicos, um a um, e depois voltar a colocá-las no Vaticano”.
Mas é assim, o museu é uma fonte de receitas altamente lucrativa. Vejamos, serão 20.000 pessoas por dia, pagando em média 50 € de entrada, dará 1.000.000 € por dia. Façam as contas por ano…
55.000 estátuas romanas estão no museu e uma imensidade de obras de arte “subtraídas” nas escavações.
Aqui coloca-se a velha questão, se não fossem daí retiradas, será que estariam tão bem conservadas como no local onde se encontram? E no final, não é justo que como contrapartida ao trabalho das escavações, os “escavadores” ou os que o ordenaram, terem alguma forma de benefício por isso? Mas por outro lado, com que direito as obras foram retiradas dos sítios onde estavam?
Estas perguntas são feitas frequentemente sobre as obras que estão expostas na Nacional Galery em Londres ou no Louvre em Paris. São obras gregas (no caso britânico é quase a fachada do Panteão que foi “deslocada” para Londres…), obras egípcias e outras. Esta discussão dá pano para mangas e nunca mais irá acabar…

Continuando com a visita guiada.
Primeiro houve uma explicação do que se iria ver, detendo-se a guia nas ilustrações da Capela Sistina e contando-nos histórias que vou partilhar.
Uma delas acerca do tecto da Capela Sistina.
Em 1506, tinha Miguel Ângelo 36 anos, quando foi chamado pelo papa que lhe disse mais ou menos isto “olha, acabámos de construir a Capela Sistina e agora quero que pintes o tecto”, ao que Miguel Ângelo terá respondido “mas eu não sou pintor eu não sei pintar, sou escultor e arquitecto!”. Nesse tempo o papa tinha muito poder e obrigou mesmo o escultor a pintar. Então qual é a primeira pintura de Miguel Ângelo? Exactamente o tecto da Capela Sistina! Apetece dizer, “para primeiro trabalho, não está mal!”.
Outra história deliciosa. Miguel Ângelo pintou o juízo final, o fresco que está no topo da Capela Sistina, muitos anos depois de ter pintado o tecto. Trabalhou exclusivamente na obra durante sete anos. Os nus simbolizavam a ausência de disfarces perante Deus. Ora um cardeal chamado Biagio de Cesena, falou com o papa chamando-lhe a atenção para o facto de estarem expostos numa igreja corpos nus, de homens e mulheres. Mas o papa entendia o que o artista queria dizer e não deferiu o pedido do cardeal para tapar os corpos. Miguel Ângelo soube do incidente e quando acabou a pintura, quem aparecia no inferno? O cardeal Baigio de Cesena! A figura que está no canto inferior direito e que tem uma serpente à volta do corpo. Bem, o cardeal quando entrou e se viu o retratado no inferno, nem queria acreditar, ficou indignadíssimo e pediu ao papa, que mandasse retirá-lo do inferno e o representasse no Céu, ao fim e ao cabo ele era um cardeal, uma figura importante da igreja. O papa respondeu “olha, não posso tirar-te do inferno, não conheço lá ninguém” e assim ficou o cardeal Biagio de Cesena, no inferno!.
Mais tarde em 1564, o papa que se seguiu tinha uma ideia diferente acerca dos nus do juízo final e mandou tapar os corpos. Para esse efeito contratou um discípulo de Miguel Ângelo, Daniel da Voltera, que sendo um pintor genial acabou por ficar conhecido somente por esse trabalho e pela alcunha de “braghettone” ou o “cuequeiro”, porque pintou “cuecas” para tapar os corpos.
A visita propriamente dita iniciou-se no pátio exterior debaixo de um sol abrasador. Detivemo-nos diante da Cortile della Pigna, uma enorme estrutura de bronze em forma de pinha que era uma fonte romana.
Depois seguiu-se a imponente estátua Laoconte do século I.
Caminhamos depois pela Galeria dos Candelabros e pela Galeria dos Mapas, esta sim com ar condicionado.
Digamos que ver com pormenor e atenção não é possível. A multidão acumula-se frente às obras de modo que é muito difícil apreciar-se com pormenor tudo o que o museu tem. Uma coisa é certa, a visita guiada chama-nos a atenção para o mais importante e poupa-nos imenso tempo que de outra forma seria desperdiçado com a leitura da informação ou com o tentar descobrir o que é que as obras significavam.
Nesta primeira parte o que ficou se salientou foi a enorme banheira em mármore negro do imperador Nero (o homem era mesmo megalómano!). Depois os mosaicos, quanta perfeição!
Continuando a nossa visita fomos ter às salas de Rafael, terminando na Sala das Assinaturas onde está o fresco de Rafael “A Escola de Atenas” com as figuras centrais de Platão e Aristóteles cuja imagem é a de Leonado da Vinci. No canto inferior direito aparece de chapéu negro o auto-retrato do autor, e posteriormente ao ver o trabalho de Miguel Ângelo na Capela Sistina, como homenagem, Rafael pintou o seu ídolo como a figura que aparece em baixo no centro do fresco sentado na escadaria e apoiando-se numa pedra.
Aí a nossa guia despediu-se de nós, uma vez que a Capela Sistina seria vista por nossa conta, com avisos, “não fotografar”, “não filmar”, “não falar alto”, “decoro no vestuário”.
Bem, em primeiro lugar aquele espaço está literalmente apinhado de gente. A sensação que dá, desculpem a expressão, é que parece um mercado. Toda a gente a falar! Tudo a fotografar e a filmar. Há uns senhores cujo o trabalho, definitivamente inglório, é estar todo o dia a circular pelo espaço a dizer “no photos, no vídeos”, (aquelas alminhas chegam ao fim do dia completamente frustrados – mal viram costas as máquinas de fotografar e filmar voltam ao trabalho…). Vi até, pasme-se!, um tipo deitado no chão a fotografar o tecto…
Se o Vaticano também sente a crise (duvido) poupava uns tostões se despedisse esses fiscais.
Palavras para quê? A Capela Sistina é sem dúvida a obra prima de Miguel Ângelo, na pintura está claro.
Saímos da Capela pela porta direita. Atenção a esse pormenor que a nossa guia insistiu em repisar, na capela há duas portas de saída a porta boa e a porta má. A porta boa dá acesso à Basílica de São Pedro, a porta má que é a da esquerda, “sinistra” como se diz em italiano, dá para fora do Vaticano, o que quer dizer que quem sair por ela tem que percorrer um quilometro ou mais para ir para a Praça de São Pedro.
Íamos com uma ideia definida sobre a basílica de São Pedro. Primeiro ver ao vivo a Pietá de Miguel Ângelo, e a emoção quando vimos a estátua, tomou mesmo conta de nós. É comovente ver a expressão da virgem num bloco de pedra. Parece que o mármore adquire vida tal é a sensação. O génio conseguiu mesmo transmitir ao bloco de mármore a emoção de uma mãe que acaba de perder o filho…
A seguir foi deambular pela basílica e apreciar a imponência (e riqueza) daquele monumento. O Baldaquino, a estrutura do altar-mor com as colunas retorcidas que aparece na televisão quando há missas transmitidas pela televisão, cobre o tumulo de São Pedro e foi desenhado por Bernini, o tal da Fontanna dei Quatro Fiummi na Piazza Navonna.
Depois da Basílica de São Pedro foi a vez de descermos para visitar os túmulos dos papas. A primeira impressão que temos das primeiros túmulos é a sua sumptuosidade, e isto ao longo de largos séculos até que se chega ao tumulo de João Paulo II, uma campa quase rasa que demonstra bem a simplicidade deste homem…Este tumulo está constantemente vigiado por um guarda mas mesmo assim, vêm-se milhares de fotografias no chão de pessoas que aqui quiseram deixar a sua homenagem a um papa que, sem dúvida, procurou aproximar a igreja do povo e adaptá-la aos tempos modernos (na medida das suas possibilidades…).
Dirigimo-nos de seguida ao centro da Praça de São Pedro, passando pelos guardas suíços e indo aos correios enviar os tradicionais postais para a família. Postais esses que vão para a Suíça e daí são enviados para o resto do Mundo.
Saímos do Vaticano em direcção ao Castel Sant’Angelo, que foi inicialmente construído para abrigar o mausoléu do imperador Adriano em 139 d.C. Não entramos no castelo mas ficámos, isso sim, impressionados com a Ponte Sant’Ângelo em frente do castelo. As suas estátuas são no mínimo fascinantes!
O que fazer a seguir. Os quilómetros a pé feitos até essa altura eram já alguns, então a melhor alternativa era metermo-nos no autocarro e descansar as pernas ao mesmo tempo que mirávamos a paisagem. Fomos ter à Basílica de São Paulo, já um pouco longe do centro de Roma. Outro edifício sumptuoso reconstruído no sec. XVIII, parece um tempo grego com colunas muito altas e um tecto plano.
Depois fomos à procura da famosa Piazza di Spagna, em cuja escadaria se realizam as passagens de modelos.
Opinião sincera, uma desilusão. Tinha a ideia que o espaço era mais desafogado e que a escadaria se poderia ver de alguma distância e apreciar-se a sua dimensão. O que acontece é que no guia que comprei a foto da escadaria aparece com flores e sem 1/10 das pessoas que encontrámos lá sentadas…Valeu pela Fontana dell Barcaccia na base da escadaria que foi projectada pelo pai de Bernini.
Depois de um dia extenuante foi tempo de apanhar o metro e ir descansar.

7º Dia – 11 de Agosto
Depois de quatro dias ocupadíssimos a ver o essencial (?) de Roma, tínhamos resevado este nosso ultimo dia em Roma para descansar e para ver “Roma by night”.
De manhã fui à embaixada levantar o documento de identificação e depois passamos o dia na piscina do parque de campismo.
Por volta da seis da tarde pusemo-nos a caminho para ver a cidade eterna à noite.
Andámos de autocarro, o 175, para ver o colisseu ao “lusco fusco”.
Depois apanhámos o metro e fomos até estação Barberini, na praça com o mesmo nome. Mais uma fonte a fonte do Tritão. Outra obra de arte.
Claro que o nosso objectivo era ver a Fontana di Trevi à noite. Como não podia deixar de ser o espectáculo de ver este monumento com a iluminação nocturna, torna esta experiência mágica! Se a fonte durante o dia é bonita, à noite então adquire outro encanto. Mas não vou falar mais da Fontana di Trevi, estou apaixonado pelo monumento e pronto!
O que fazer a seguir? Apanhar o metro para Cornélia (prossima fermata), e depois o 246 para o Camping Village Roma.
Em resumo vimos 1/10 de Roma (se tanto), para voltarmos lá atirámos a moeda na Fontana di Trevi, e se a tradição se cumprir voltaremos lá (umas quantas vezes) para ver o resto, embora como cidade eterna que é, nunca estará tudo visto…

8º Dia – 12 de Agosto
De Roma a Siena
Km percorridos 259
Dia do meu aniversário, 56 anos! Puxa, estou velho!!!
Saída do parque de campismo às 9:00, manutenção da Chaussy com enchimento de água e vazamento da cassete da casa de banho e do depósito das águas do banho e da loiça. Abastecimento no supermercado e “ála que se faz tarde”.
Siena, a cidade medieval mais importante de Itália, e muito famosa pela corrida de cavalos “Il Palio”, que se realiza á volta da Piazza del Campo, a mais importante da cidade dentro de três dias, no dia 16 de Agosto. É uma competição, onde 10 dos 17 bairros disputam uma corrida, que como prémio tem somente uma faixa “palio”, mas que se reveste de um grande prestigio para o bairro vencedor. Estivemos mesmo no local onde se realiza a corrida, e para se poder ter uma ideia, a praça não é plana, nem é perfeitamente rectangular, Há uma grande subida e é de imaginar a emoção do público que assiste ao trote dos cavalos. A corrida dura somente 2 minutos de pura adrenalina.
Para quem estiver interessado na corrida do dia 16 de Agosto de 2009, aqui vai o link.
http://www.youtube.com/watch?v=HfaDHJfAseM&feature=PlayList&p=3017DD2C7AE9C90C&playnext=1&playnext_from=PL&index=4
De Roma até Siena, percorremos uns 200 km. Entrámos na Toscana que é uma região de Itália que deixa qualquer um boquiaberto com a beleza da paisagem, grandes extensões de terreno implantadas em colinas suaves. As estradas bordeadas de ciprestes, que para nós nos fazem lembrarem cemitérios, mas que na Toscana dão um outro significado a esta árvore.
Muito movimento em direcção a Norte, chegámos a Siena por volta das 11:00.
Estacionámos num parque fora da cidade mas muito central e de fácil acesso. Mais uma vez um calor insuportável e tivemos que fazer o caminho a subir até à cidade, quando dizíamos mal da nossa vida, pois víamos que tínhamos que subir muito até ao centro, eis que surgem escadas rolantes! Claro que subimos por aí e soube muito bem porque o espaço interior tinha ar condicionado que nos ajudou a recuperar a energia gasta durante o percurso.
Primeira visita obrigatória “Il Duomo”, a catedral de Siena.
A fachada é em mármore branco. Àquela hora do dia, o sol reflectia e parecia o efeito de espelho, quase cegava.
Esta catedral foi construída de 1136 a 1382. No século XIV foi projectada uma nova nave que a deveria transformar no maior templo da cristandade, mas a peste de 1348, que dizimou a população da cidade, pôs fim a esses desígnios. O interior é construído em mármore branco e negro.
Entre os tesouros do Duomo contam-se esculturas de Nicola Pisano, Donatello e Miguel Ângelo, assim como um belo pavimento com embutidos em mármore e um magnifico ciclo de frescos de Pinturicchio (1509), onde num deles se vê o papa Pio II a presidir ao casamento de Frederico III com D. Leonor de Portugal.
Um pormenor, o interior da catedral encontrava-se profusamente decorado com as bandeiras coloridas dos bairros que vão disputar a corrida de cavalos.
Depois da visita foi a vez de procurar um restaurante e aconchegar o estômago.
A seguir ao almoço fomos à procura da Piazza del Campo, a mais bonita piazza de Itália, e surpresa das surpresas é mesmo muito grande, do tamanho assim de um campo de futebol.
Foi construída num antigo fórum romano e era nos primórdios da cidade o mercado municipal. Caracteriza-se pelo pavimento em tijoleira vermelha.
É dominada pelo Palazzo Publico, que ainda hoje alberga a Câmara Municipal. É um edifício gótico concluído em 1342.
A Torre del Mangia, que faz parte do edifício e é o campanário, tem 102 metros de altura e é a segunda torre medieval mais alta de Itália. Acabou por ser baptizada com o nome do seu primeiro sineiro, cuja preguiça lhe valeu a alcunha de “Mangiaguadagni” o papa dinheiro. Para se chegar ao topo há uma escadaria de 505 degraus. Claro que não fomos lá acima.
No interior desta praça há a Fonte Gaia, que quase passa despercebida, devido à dimensão do espaço e á imponência da Torre del Mangia. Esta fonte é abastecida de água por um aqueduto construído há mais de 500 anos.
A praça encontrava-se preparada para a corrida de cavalos, ladeada por barreiras de madeira e com o pavimento coberto por areia que é regada com frequência. Sentamo-nos nas bancadas para descansar e imaginámos a sensação que é ver aquela corrida. É evidente que do sítio onde estávamos seria possível apreciar o espectáculo convenientemente, mas a maior parte das pessoas fica no interior da praça onde a visão dos cavalos deve ser bastante reduzida.
A seguir foi tempo de comprar vinhos, Chianti da Toscana claro! E comer gelados.
Pernoitámos numa área de serviço em Siena. Durante o dia estava um calor insuportável e durante a noite a área de serviço, onde pagámos 20€, era muito barulhenta.
Coordenadas:
N 43º18’90’’
E 11º19’00’’


9º Dia – 13 de Agosto
De Siena a Florença Passando por San Gimignano
Km percorridos 114

Depois de Siena fomos a uma cidade que é património da humanidade San Gimignano. É uma cidade que actualmente tem 13 torres. As quais foram construídas na idade média para demonstrar o poderia das diversa famílias nobres da cidade. Cada uma construía uma torre mais alta que a da outra família até que as autoridades se aborreceram com tal rivalidade e decidiram construir uma torre cuja altura não poderia ser ultrapassada.
A silhueta desta cidade quase inalterada desde a idade média é impressionante. De recordar que a ideia das torres gémeas foi inspirada em San Gimignano.
Era dia de mercado na cidade de modo que todas as praças estavam cheias de tendas a vender toda a espécie de artigos, desde fruta a roupa. Por este motivo não foi possível ver a cidade com o detalhe que desejávamos.
Aqui fica o link para o site da UNESCO
http://whc.unesco.org/en/list/550
Depois de San Gimignano, rumámos a Florença, a cidade berço do Renascimento. Fomos directos ao parque de campismo da mesma empresa do Roma Village, e invejavelmente localizado numa colina sobranceira à cidade mesmo ao pé da Piazzala Michelangelo, como uma estátua enorme de David, e de onde se pode apreciar uma espectacular panorâmica geral da cidade.
Coordenadas
N 43º45’42’’
E 11º16’06’’
Foi tempo de montar o estamine, ou seja instalara a auto caravana, ligar a electricidade, almoçar e depois rumar à cidade, 15 minutos a pé desde o parque de campismo.
Encontrámos um grupo de jovens portugueses que estavam a fazer a Europa por interail, e ficaram entusiasmadíssimos com o que se pode fazer, (e poupar) com uma auto caravana.
Quando atravessámos a Ponte alle Grazie, onde os jovens portugueses nos fizeram o favor de tirar fotos com a Ponte Vecchio, a ponte velha, como pano de fundo, vimos, presos nas partes de ferro da ponte, muitos cadeados, o que nos surpreendeu e não conseguimos encontrar explicação para isso. Depois na Ponte Vecchio, também com milhares de cadeados colocadas nas grades que ladeiam o monumento ao ourives Benvenuto Celinni, perguntámos a um musico, que se preparava para actuar na rua, o que é que aquilo significava, disse-nos que eram juras de amor, mas que, em sua opinião, nem sempre resultavam (creio que por experiência própria…).
Primeiro ponto a visitar, a Ponte Vecchio. Construída em 1345, é a mais antiga da cidade e a ultima de uma sucessão de pontes cuja história remonta até aos tempos romanos. A característica principal é ter lojas ao longo da sua extenção. Foi projectada por um pupilo de Giotto, Tadeo Gaddi, e inicialmente ocupada por ferreiros, talhantes e curtidores (que usavam o rio para despejarem o lixo). Injuriados pelo barulho e pelo mau cheiro que provocavam, foram expulsos em 1593 pelo gão-duque Ferdinando I e substituídos por joalheiros e ourives. O Corridoio Vasariano corre ao longo do lado oriental da ponte sobre as lojas. Giorgio Vasari desenhou o corredor em 1565 para permitir que os membros da família (qual?) os Medici claro!, se deslocassem entre as suas residências sem que se tivessem que misturar com o povo. Foi a única ponte que não foi destruída durante a II Guerra Mundial.
Foi na Ponte Vecchio que primeira vez foi usada uma expressão que muito tem a ver com a minha profissão. Trata-se da prática usada pelas autoridades na Idade Média, de partir as bancas dos mercadores que não conseguiam pagar as suas dívidas, quer as que diziam respeito a impostos quer as que diziam respeito a fornecimentos. “Banca rota”, foi como se chamou essa prática e está na génese dos processos de falência ou insolvência, como actualmente se designam.
Depois da ponte fomos pela Via por Santa Maria Calimara, virando depois à direita até à Piazza della Signoria, que conjuntamente com o Palazzo Vecchio estiveram no centro da vida politica e social de Florença durante muitos séculos, sendo o toque do sino que está instalado na torre do palácio, usado para chamar os cidadãos ao parlamento, as reuniões públicas para discussão dos problemas que a todos diziam respeito.
O que dizer da Piazza della Signora e do conjunto envolvente, o Pallazzo Vecchio, que ainda hoje é a Câmara Municipal…, a Loggia del Lanzi, com o seu conjunto monumental de estátuas e em especial o Rapto das Sabinas de Giambologna, esculpido num único bloco de mármore defeituoso, e a estátua de bronze de Perseu decapitando a Medusa, executada por Cellini, constituindo um aviso aos inimigos de Cosimo I, informando-os do seu destino provável. A Fontana di Neptuno, da autoria de Ammannati (1575), o deus do mar rodeado de ninfas comemorando as vitórias navais da Toscana, e depois a réplica da estátua de David, cujo original se encontra na Galleria dell’Accademia. Disseram-nos que não valia a pena ver, nesta altura do ano, o original da estátua porque as filas intermináveis para entrar na galeria e a multidão de gente que se amontoa ao seu redor não permitem apreciar com a necessária tranquilidade esta obra de Miguel Ângelo.
Depois de deambular pela cidade e marcar os pontos que tínhamos que apreciar com mais calma no outro dia, compramos gelado (ah! os gelados italianos… enormes e com fruta de verdade, o meu tinha pedaços de melão…aconselho vivamente!!!), sentamo-nos na escadaria da Loggia dei Lanzi e ficámos a desfrutar do som de da guitarra clássica amplificada, que um musico dedilhava. Quando ouvi o tema de “O caçador”, Cavatina, todo este vosso amigo se arrepiou, pois ouvir um dos meus temas favoritos, naquela altura e naquele lugar mágico, foi sem dúvida uma experiência que ficará na minha memória por muitos e longos anos...
Aqui vai mais uma exelente interpretação desse tema (que não me canso de ouvir...)
http://www.youtube.com/watch?v=mwvDon1_iKs

Regressámos ao parque de campismo, sem deixar de esfregar o focinho do javali de bronze, no Mercado Nuovo, e pôr uma moeda na língua do bicho e deixá-la cair. Diz a tradição que se a moeda cair direitinha no ralo é sinal que, a nível financeiro, teremos um bom ano. A moeda caiu direitinha, a ver vamos se a tradição se confirma…
O caminho para o parque foi algo difícil porque não tínhamos bilhetes para o autocarro de modo que tivemos que subir uma enorme escadaria, perto de 1000 degraus, em direcção à Piazza Michelangelo, mas depois lá encima o cansaço passou em dois segundos porque a vista nocturna de Florença daquele sitio é de cortar a respiração…

















10º Dia – 14 de Agosto
Florença
Apanhámos o autocarro para o centro da cidade. A paragem foi do outro lado da ponte alle Grazie. Claro que visitámos outra vez a Ponte Vecchia, desta vez observando as joalharias, com peças de uma grande beleza (e preço!!!). Durante o dia milhares de pessoas amontoam-se naquele espaço.
Depois foi tempo de procurar um dos ex-libris de Florença “Il Duomo”. Em vez de seguirmos directos pela Via de Santa Maria Calimala e Via Roma, tivemos que passar outra vez pela Piazza della Signora, é tão bela que tem magnetismo. Atrai-nos…
“Il Duomo”, deparou-se-nos diante de nós quando dobramos a esquina da Via dei Proconsolo, e desde logo ficámos de boca aberta.
Esta igreja domina o centro da cidade e é reconhecida de longe pela sua cúpula cor de tijolo, projectada por Brunelleschi e terminada em 1463, era a maior da época. No interior os frescos representam o juízo final que foram iniciados por Vasari e depois terminados por Zucarri entre 1572 e 1574.
Brunelleschi revestiu a cúpula do lado exterior de tijolos colocados entre nervuras de mármore e em aparelho de espinha de peixe, copiando a técnica usada pelos romanos no Panteão.
Il Duomo ou a catedral que tem o nome de Santa Maria dei Fiore, é o símbolo de Florença e da vontade de dominar florentina. É o mais alto edifício da cidade e a 4ª maior catedral da Europa.
O edifício é revestido a mármore toscano, branco, verde e rosa. A fachada é de uma beleza indescritível e foi acrescentada entre 1871 e 1877 copiando o estilo do campanille de Giotto. Este campanille ou torre sineira está separada do edifício principal, tal como o Batistério, e tem 85 metros de altura, menos 6 que a cúpula.
Fomos primeiro ao Batistério com especial atenção ás Portas Leste de bronze.
Estas portas foram encomendadas em 1401 para celebrar o fim da peste que assolou a cidade. De entre sete artistas entre os quais Donatello, Jacopo della Quercia e Brunelleschi, o escolhido foi Lorenzo Ghiberti. Os painéis são tão diferentes da arte gótica florentina da época, nomeadamente pelo uso da perspectiva e da individualização das figuras, que são considerados os primeiras obras do renascimento.
As portas foram executadas entre 1424 e 1452 e Miguel Ângelo entusiasticamente baptizou-as como “As Portas do Paraíso”. Representam cenas bíblicas, desde Adão e Eva a serem expulsos do Paraíso, o primeiro a contar do lado de cima à esquerda, até ao último do lado direito em baixo que representa Salomão e a Rainha de Sabá.
Foi então a vez de entrar na catedral e de apreciar a beleza do seu interior…
Depois da catedral fomos ver a Santa Maria Novella, igreja construída pelos Dominicanos entre 1279 e 1357. O mais curioso foi o facto de a distância dos pilares da nave central diminuir conforme estes se vão aproximando do altar, criando a ilusão de uma igreja mais comprida.
Dirigimo-nos depois à galeria Ufizi para entrar no museu que alberga importantes obras do renascimento, entre as quais “O nascimento de Vénus” (1485) de Botticelli. Ficámos na fila aproximadamente duas horas, mas como pouco evoluía, acabámos por desistir porque era tempo que estávamos a roubar a visitas a outros monumentos.
Outra caminhada debaixo de um sol tórrido desta vez em direcção a Santa Croce, Igreja gótica que data de 1240.
Ponto alto da nossa visita a Florença. Visita aos túmulos de florentinos famosos, Miguel Ângelo, Galileo Galilei e Nicolau Maquiavel.
Primeiro, o túmulo de Miguel Ângelo que se encontra ao fundo da igreja do lado esquerdo de quem entra pela porta lateral. Executado por Vasari, com o busto do artista, já com idade avançada, ladeado pelas alegorias da pintura, da escultura e da arquitectura. É uma emoção muito grande, só de se estar no sítio onde os restos mortais daquele génio se encontram depositados.
Defronte deste túmulo está o de Galileo. Consegui “pescar” algumas informações de uma visita guiada que se encontrava a decorrer e que passo a partilhar.
Em 1966 houve uma grande cheia em Florença, cheia essa que inundou Santa Croce e danificou grande parte dos túmulos e das outras obras. Quando abriram o túmulo de
Galileu depararam-se não com um corpo, o que restava dele, mas sim com dois. Mais, um deles era de uma mulher. Como não havia registos de que Galileu estivesse sepultado com a sua mulher o mistério adensou-se e conduziu a uma investigação através da pesquisa de escritos da época. Chegou-se à conclusão que Galileu tinha uma irmã que era freira e que uma das sua vontades era que ela fosse sepultada com ele, (talvez para aproveitar a boleia para o céu…).
Quanto a Miguel Ângelo e Leonardo da Vinci, o que o guia disse foi que Leonardo era o que hoje se chama um “gentleman”. Era cordial e simpático e parava quando era abordado na rua para conversar com as pessoas e explicar as suas obras. Gastava muito do seu dinheiro em roupas e era um homem que cuidava da sua imagem tendo imenso sucesso com as mulheres. Em oposição Miguel Ângelo, achava que tomar banho era um desperdício de tempo, e o dinheiro gasto em sabão ou em roupas era perfeitamente supérfluo. Não era simpático e consta que não apreciava mulheres. Era forreta, não gastava dinheiro, e os seus familiares, depois da sua morte, ficaram espantadíssimos com a fortuna que o artista tinha acumulado ao longo dos anos…
Depois de Santa Croce foi a vez de voltarmos à Piazza della Signoria e repetir a dose do dia anterior, um gelado e ouvir música de guitarra clássica.
Estava terminada a nossa visita ao berço do Renascimento.

11º Dia – 15 de Agosto
De Florença a Termas de Salsomagiore passando por Maranello
Km percorridos 276
Saímos de Florença com destino a Maranello.
Porquê Maranello? Porque este vosso amigo é um tiffosi inveterado e não poderia passar pelo berço do “Cavalino rampanti” e não visitar a mítica Ferrari, mais precisamente a galeria Ferrari onde estão expostas alguns dos modelos mais emblemáticos da marca.
Logo que estacionámos no parque defronte à galeria vimos quatro Ferraris a circular pela estrada. Depois soubemos que existem “test drives” com estes carros. O slogan é “make your dream como true!”, “realize o seu sonho”. Por 60 € pode-se conduzir um Ferrari durante 10 minutos, (uma aviso! não se pode fugir com o carro, pois vai sempre um pendura da empresa ao lado). O preço vai subindo conforme o tempo e se se desejar que a experiência seja ou não gravada em vídeo…
Entrámos na galeria e o primeiro carro que vimos era um simulador de formula 1 em tamanho real, claro que



entrámos e tirámos fotos. O carro é tão baixinho e o espaço de condução tão apertado que é preciso muito exercício para lá caber.
A seguir foi deambular no meio dos formula 1, da marca. No primeiro andar estão os carros de dois lugares, onde se encontram o Testarossa, o F40 o F50, o GTO, o Dino, dedicado ao filho de Enzo que morreu, e muitas outras obras de arte que Urdezo, artista responsável pelo desenho de Asterix e Obelix, considerava como tal! Quando lhe perguntavam porque coleccionava Ferraris dizia “eu não colecciono carros colecciono obras de arte!” – Artista sabe…
Depois das muitas fotos que tirámos junto aquelas lendas, fomos em direcção a Salsomagiore onde pernoitámos.
O parque de campismo era cinco estrelas com um complexo de piscinas excelente…
As coordenadas são:
N 44º98’0’’
E 37º9’16’’

12º Dia – 16 de Agosto
De Termas de Salsomagiore a Veneza
Km percorridos 295
Sempre muito movimento em direcção a Norte. Chegámos por volta da hora do almoço a Veneza. Instalámo-nos, almoçámos e apanhamos o autocarro para Cidade. Uma paragem de autocarro a quilómetros de distânia do Jolly, o parque de campismo de Veneza. Um conselho há autocarros do parque até à praça de Roma em Veneza, é melhor apanhar esse meio de transporte.
Parámos na Piazza Roma e para nosso espanto, ao contrário do que nos tinham dito, que Veneza era uma multidão de turistas e não deixavam espaço para circular, o sitio pareceu-nos bastante aceitável para aquilo que estávamos à espera. No outro dia percebemos o significado do aviso, na Piazza de SanMarco.
Antes de continuar. Veneza é uma cidade extremamente bela e única. A impressão que nos deu logo de inicio, foi que quando alguém diz que Aveiro è a Veneza portuguesa, ou que um bairro em Londres se chama Little Venice, ou que existe um casino em Las Vesgas que recria Veneza, todos esses adjectivos são, no mínimo, uma enorme desconsideração a esta cidade. Todas as outras, a única coisa em comum que tem são os canais. Mas Veneza não são só canais, Há as praças, as ruas os becos, as igrejas, e além disto tudo e numa opinião muito pessoal e parcial, os palácios pelos quais fiquei, porquê poupar nos adjectivos, apaixonado.
As fachadas destes edifícios são de uma beleza indescritível. Passamos duas ou três vezes pelo Gran Canal (o canal principal que atravessa a cidade, e onde não passam barcos de Cruzeiro…explico depois) e parecia que o tempo não era suficiente para fotografar toda aquela beleza.
Infelizmente (ou não…), a câmara de vídeo ficou sem bateria, e a alternativa foi praticamente fazer um vídeo, disparando a máquina digital constantemente.
Deixo aqui uns slides com essa experiência…
Mas continuando no dia 16 de Agosto. Da Piazzalle Roma, fomos deambulando pelas ruas atravessando as típicas pontes e explorando sem plano.

13º Dia – 17 de Agosto
Veneza
Apanhamos o autocarro do parque de campismo até à Piazzale Roma, onde comprámos os bilhetes para o vaporetto que nos permitia andar 1 dia nesse meio de transporte. O preço 48 € para tês pessoas…Se for para ajudar a conservar a cidade, é um preço justo!
Next stop. Piazza San Marco.
O vaporeto nº 82, pelo Canale della Giudeca.
Chegámos ao cais da Praça de Sã Marcos e logo aí tivemos um banho de multidão. De facto são milhares de pessoas que se concentram naquele amplo espaço.
Pela sua privilegiada localização geográfica, Veneza é a porta do Oriente e tornou-se no sec. X uma importante província bizantina, devido aos direitos exclusivos do comércio com as regiões do Levante e à vitória na Cruzada de 1204, que trouxe imensa riqueza e poder a esta cidade.
Cidade única, construída nos bancos de areia criados pelas correntes do Adriático na laguna de Veneta.
Na idade média, sob o domínio dos sucessivos doges, Veneza expandiu o seu poder e a sua influência do Mediterrâneo a Constantinopola (a moderna Instambul). A riqueza da cidade é testemunhada pela sumptuosa arte e arquitectura que sobrevivem até aos dias de hoje.
Primeiro impressão - a beleza do Pallazo Ducale. A perfeição do traço arquitectónico e a brancura do mármore são sem duvida pormenores que distinguem este edifício dos demais.
A seguir, o próximo ponto a visitar a Basílica de São Marcos. A mais famosa basílica de Veneza, combinando os estilos arquitectónicos e decorativo do Ocidente e do Oriente é considerada um dos mais belos edifícios de Europa.
Construída segundo um plano em cruz grega e coroada com cinco cúpulas, a basílica de S. Marcos é o terceiro templo cristão erigido neste local. O primeiro santuário, onde jazia o corpo de S. Marcos ardeu no século IX. O segundo foi demolidao para que um novo edifício reflectisse o esplendor do poder de Veneza. A partir de 1075, todos os barcos que regressavam do estrangeiro eram obrigados a trazer uma “oferenda” preciosa para adornar a “Casa de S. Marcos”.
O exterior deve o seu explendor oriental aos tesouros do império da republica de Veneza, entre os quais as cópias dos cavalos de bronze trazidos de Constantinopula em 1204, as colunas, os baixos relevos e os mármores coloridos. Mosaicos de diferentes épocas ornamentam os cinco portais. O portal principal é emoldurado pelas mais belas esculturas românicas de Itália (1240-65). O mosaico da fachada do sec. XVII representa o resgate do corpo de São Marcos de Alexandria, camuflado entre pedaços de porco para iludir a vigilância dos Muçulmanos.
No interior o que mais impressiona são os mosaicos dourados que ornamentam as paredes e a cúpula. Os mosaicos são dos sec. XII e XIII, e tem uma extensão 4240 m2.
Há depois a Pala d´Óro, por detrás da Capella di San Clemente, o mais valioso tesouro de San Marcos. Trata-se de um retábulo cravado de jóias. Consiste em 250 paineis cobertos de folhas de ouro e com uma moldura gótica também de ouro. Originalmente encomendado a Bizâncio foi sendo embelezada ao longo dos séculos. Napoleão apropriou-se de algumas das pedras preciosas em 1797, mas o retábulo ainda exibe numerosas pérolas, rubis, safiras e ametistas.
Depois de São Marcos, foram as tradicionais fotos na Piazza sam Marcos com a basílica em pano de fundo. Uma curiosidade: circulam no canal mesmo ao pé da praça de S. Marcos, barcos de cruzeiro enormes...(o prejuízo que deve causar quele frágil sistema tem que forçosamente ser pago a peso de ouro!).

Apanhámos o vaporetto e saímos na paragem San Tomá, para visitar Santa Maria Gloriosa dei Frari, que tínhamos tentado ver no dia anterior mas que estava fechada, é aí onde se encontra o tumulo de Casanova.

Ainda tentámos saber quando é que os gondoleiros levavam por nos levar a dar uma voltinha, mas depois de termos assistido a várias sessões de "regatearia", chegámos à conclusão de que por menos de 70 euros não faziamos a festa.
Um pequeno pormenor, a bomba da água da autocaravana deixou de parar quando fechamos a torneira. Temos que solucionar o problema.


14ª Dia – 18 e Agosto
Veneza a Salzburg
Km percorridos 444Km
N. 47º49’’719’’
E. 13º03´´158´´
Saimos de Veneza, com enormes saudades. Embora sem que o comentássemos, cada um de nós estava à espera que Veneza não fosse tão bonita, e ficou desdo logo assente que da próxima vez vamos ter muito mais tempo e vai haver, de certeza, viagem de gôndola.




Quando saímos de Veneza, tentamos procurar um sítio onde nos pudéssemos resolver o problema da bomba de água, mas o G.P.S mandou-nos para um local errado e acabamos por desistir.
Seguimos em direcção a Salzburgo, apanhamos muito movimento e começamos a subir pelas montanhas que dividem a Itália da Áustria, quando passamos a fronteira comprámos a vinheta que nos permitia circular nas auto-estradas durante 7 dias.
A partir dai foi sempre a subir até Salzburgo. Apanhamos muitas estradas em reparação, dando a impressão que os austríacos aproveitavam esta altura do ano para fazerem esse trabalho.
Chegamos ao parque de campismo por volta das 4:00h da tarde e surpreendemo-nos com o calor e o sol abrasador (para quem vinha com a ideia de que a Áustria era um pais frio...).
Aproveitamos o resto do dia para descansar.





15º Dia – 19 de Agosto
Salzburg, Hallstat, Linz
Km percorridos 236Km
N.48º14´093´´
E.14º22’771’’
Fizemos cedo o cheque out do parque de campismo, porque queríamos encontrar alguém que nos reparasse a bomba de água e porque queríamos ver Salzburgo. Deixamos a autocarravana num parque de estacionamento, e seguimos em direcção á parte histórica da cidade também ela património da humanidade. Aí encontramos o posto de turismo onde reservamos uma visita guiada. Antes da visita tivemos tempo de deambular pela cidade onde vimos um músico que tocava musica clássica tendo como instrumento copos de cristal.

Salzburg, deve a sua importância ao sal, uma vez que possuía importantes reservas deste mineral. É a terra Natal de Mozart, e para onde quer que olhemos existem uma imensidão de produtos com a efinge do musico. Comentei depois com a minha mulher, que se Mozart resuscitasse podia fazer uma fortuna em muito poucos dias só a cobrar direitos de imagem...

A cidade é tambem famosa pela arquitectura barroca.

Começámos a visita guiada na praça dedicada a Mozart, com duas curiosidades, primeira a cidade é geminada com a cidade portuguesa de São João da Madeira, e depois que a estátua que se encontra no pedestal e que retrata um homem alto, com feições perfeitas, não corresponde seguramente ao musico que nem era alto nem era bem parecido...

Percorremos depois as quatro praças principais que fazem parte do centro histórico, detendo-nos por alguns minutos na catedral, que tem nada mais nada menos que 5, cinco, orgaõs de tubos.

A cupula desta catedral foi destrúida durante a 2ª guerra mundial, mas uma colecta efectuada logo que a guerra acabou, permitiu reconstrui-la conforme a original.

Saimos de Salzbrugh com destino a Viena, mas tinha visto no site da UNESCO que entre essas duas cidades está localizada a aldeia à beira lago mais bela do mundo, Hallstat.
Demorámos muito tempo a lá chegar, pois no interior da Austria não há autoestradas (e ainda bem!).









Palavras para quê? esta povoação é mesmo muito bonita e única. É chamada "a pérola da Austria".
Aqui fica o link
http://whc.unesco.org/en/list/806/video


Depois de Hallstatt, dirigimo-nos para Linz, onde pernoitámos no parque de campismo. Chegámos já perto das 21.

16º Dia – 20 de Agosto
Linz a Vienna
Km percorridos 236
Prosseguimos na nossa busca para encontrar uma oficina que pudesse arranjar quem nos resolvesse o problema da bomba de água da Chaussy. Tinhamos visto um possível local de pernoita próximo de Viena, que era tambem o agente para a Austria da Hymer. Infelizmente quando lá chegámos a oficina estava fechada e continuamos em direcção à capital da Austria deixando para o dia seguinte a procura da oficina. Entretanto no caminho para Viena encontrámos um parque de campismo onde simpáticamnete nos deram a morada de oficinas na cidade especializadas em autocaravanas.

Há 3 parques de campismo na cidade de Viena e ficámos no do oeste. Atenção as coordenadas do GPS Tom Tom não estão correctas.


17º Dia – 21 de Agosto
Viena
Primeira conclusão: 1 dia não é, nem de perto nem de longe, suficiente para visitar Viena. Há o bairro dos nuseus que nos escapou completamente, e muitos outros monumentos que serão objecto de uma visita mais pormenorizada.

Segunda conclusão: quando se tem pouco tempo para visitar uma cidade é mesmo aconselhável ir ao posto de turismo e comprar uma visita guiada, deviamos ter feito isso em Viena e em Praga.

Visitámos o Palácio de Schönbrunn, (que quer dizer "bela nacente") onde viveu a lendária Sissi, mulher do imperador Francisco José I da Austria, que o cinema muito bem retratou e personificou na actriz Romie Scheneider.

A primeira edificação data de 1569 mas durante o cerco turco o palácio foi destruído. Muito tempo depois o Imperador Leopoldo I encarregou o arquitecto Johann Bernhard Fisher von Erlach de desenhar um novo palácio, tendo-se realizado as primeiras festas no novo edificio em 1696.

Nos seculos que se seguiram cada imperador acrescentou o edificio até que a imperatriz Maria Teresa de Austria, contratou o arquitecto italiano Nicolo Pacassi que reformou totalmente o palácio de Schonbrunn segundo os ditames do estilo Rococó.




Este palácio, de residencia de Verão da maior parte da familia imperial austriaca, passou a ser desde finais do seculo XIX, a residencia oficial de Francisco José I.



Já na parte interior do palácio, avista-se um enorme jardim, que termina com uma fonte ao mais belo estilo italiano.



Depois sobe-se uma pequena colina no cimo da qual está um edificio a Gloriette, em estilo neoclássico. Deste sitio tem-se uma extarordinária vista quer do palácio quer da cidade de Viena.



Depois da Gloriette, há um lago à dimensão do palácio.


Vários acontecimentos importantes tiveram lugar neste salão, entre os quais o encontro de Kruchov e Kenedy em plena guerra fria.


O complexo do palácio inclui cenários de falsas ruínas romanas e um laranjal, importante luxo dos palácios europeus do seu tipo.
Tambem este palácio é património da humanidade o site é este:
http://whc.unesco.org/en/list/786


Um episódio que não resisto a contar. Eu sou muito distraído, de modo que quando foi a vez de apresentar os bilhetes à entrada, meto a mão ao bolso e agarro no primeiro papel e mostro à senhora que estava a recolher os bilhetes. Ela olha-me como se eu fosse um ET e diz-me "this is not the ticket!", e eu insito com a senhora que sim que tinha comprado o bilhete lá fora, e ela cada vez mais surpreendida. A minha filha que estava ao meu lado, retira-se mais de três metros e ri a bandeiras despregadas, e eu seguro da minha razão insisto com a senhora que nesta altura me considera (definitivamente) um fugitivo do manicómio. Coitada da senhora ela tinha mesmo razão o bilhete que eu tinha na mão era do metro...(no coments...).


Depois da visita guiada ao palácio, fomos para o centro da cidade ver a catedral de Santo Estevão com o seu famoso tecto em azuleijo e a enorme torre com 137 metros (que não coube em nenhuma fotografia que tirámos).




18º Dia – 22 de Agosto
Viena a Praga
Km percorridos 348 km
N. 50º01’93’’
E.14º24´22´´
O objectivo que nos propusemos para este dia era resolver o problema da bomba de água. O sitio que nos tinham indicado no dia anterior, fica à saida Norte de Viena. É assim uma espécie de supermarcado com artigos para autocaravans. Falei com um funcionário da loja exlicando-lhe o problema e perguntando se não tinham oficina para montar a bomba. Disse-me que a oficina estava com muito trabalho mas, se eu a quizesse montar, o funcionáriao da oficina me iria dizer qual a bomba adequada. Qundo me disseram "montar a bomba" fiquei preocupado porque não sabia como fazê-lo. De qualquer modo o pessoal da loja foi impecável. O funcionário da oficina veio comigo à loja, indicou-me qual a bomba, paguei na caixa, e fui para a oficina. Depois disse-me "desmonta tu, mas tem atenção à cor dos fios!". Quando ia colocar a nova, chegou o moço e disse-me que ele próprio fazia a instalação. Já temos bomba de água!


O estabelecimento chama-se Fella


Depois desta paragem seguimos em direcção a Breno, na República Checa com a intenção de chegar a Praga. O tempo muodu radicalmente (até que enfim) e finalmente apanhámos chuva.


A autoestrada de Breno a Praga pareceu-nos um pesadelo. O piso é feito em lages de cimento e as juntas estão muito danificadas, o barulho que fazem os pneus a rolar por cima dessas juntas é muito irritante.


Chegámos ao parque de campismo por volta da 16:00 e já não saimos nesse dia.




19º Dia – 23 de Agosto
Praga
Fomos de electrico do parque de campismo até ao centro da cidade. A paragem foi na ponte de Carlos.


Centro histórico de Praga
Construídos entre os séculos XI e XVIII, os bairros e edifícios da Cidade Velha, Cidade Nova e Cidade Pequena testemunham a magnificência da arquitectura e a arte de Praga e explicam a sua grande influencia na cultura europeia desde a Idade Media. Muitos dos seus esplêndidos monumentos como o castelo de Hradcani, a catedral de San Vito, a ponte Carlos e as múltiplas igrejas e palácios foram erigidos no sec. XIV, durante o reinado de Carlos IV, imperador do Sacro Império Romano Germânico.
Source: UNESCO/BPI

Depois atravessámos a ponte em direcção ao castelo de Hradcani. Primeira surpresa, estamos à espera de um edificio muito pesado, com paredes de pedra e ameias no cimo, nada disso, parece um palácio muito grande não dando mesmo nada a ideia de que é um castelo.





20º Dia – 24 de Agosto
Praga, Weimar, Kassel
Km percorridos 605 km
N. 51º07’642’’
E. 9º12’975’’


21º Dia – 25 de Agosto
Kassel, Amsterdão
Km percorridos 464 km
N. 52º17’’748’’
E. 4º49’274’’
A Holanda é sempre uma paragem obrigatória quando regressamos das nossas viagens. A beleza da paisagem a simpatia das pessoas (no geral), o clima relaxado que o pais transmite, são suficientes para nos levar a passar por lá uma e outra vez. Depois eram as saudades das "Vlaamse frites", as batatas fritas com molho de maionaise que, apesar de quentes se comem num ápice!!!






Depois há o mercado das flores! se fosse possível guardar o cheiro que aquele espaço exála... E sim! os orgãos que na rua transmitem musica feita de uma forma artesanal. Sempre que vejo um desses orgãos fico fascinado não só pela musica, mas pela maravilha que é o seu mecanismo


Aqui vai o que eu quero dizer com isto

http://www.youtube.com/watch?v=zW12vLrdtHk&feature=related

e a muisca


http://www.youtube.com/watch?v=gKFproz3Uok&NR=1


Deambular pela cidade é sempre uma experiência impar, parece que em cada canto se encontra algo de interessante, ou um musico, ou um espetáculo de dança, um mimo, etc. ete.

Chegámos ao parque de campismo, com condições impares, onde coelhos selvagens convivem alegremente com os milhares de utentes que todos os anos fazem desse local o seu ponto de partida para explorar a cidade.
Aproveitámos o resto do dia para descansar.


22º Dia – 26 de Agosto
Amesterdão

Apanhámos o autocarro para depois tomar o metro para a estação central. Comprámos um bilhete de ida, porque a menina da recepção disse-nos "one day ticket is no good".

Depois de entrarmos no metro, na paragem a seguir entraram um casal de polícias. Metemos conversa e como habitualmente mostraram-se muito conversadores e interessados nos nossos países de origem, foi uma convesa muito interessante e não há nada como saber pela população local o que pensam do país onde vivem. Estávamos com um casal de espanhóis (muito bronco, por sinal), e a mulher policia só perguntava "e em Março faz calor em Espanha?". Ele, naquele tipico sotaque inglês, só dizia "eu sou de San Sebastian, e aí nem sempre faz calor mas no Sul é capaz de fazer".
Outra situação.
Os turistas definitivamente não se entendem com as máquinas onde se compram os bilhetes, e a maioria entrava na carruagem sem o respectivo papelinho. Quando viam, aquele casal fardado, dirigiam-se apresadamente a desculpar-se de não terem bilhetes. A meia duzia de vezes que isso aconteceu diziam "olha nós só tratamos da segurança, não dos bilhetes, sentem-se e relaxem! se aparecer o cobrador vão ter tempo de lhes explicar o que nos estão a dizer agora". Quase que eu fazia apostas comigo mesmo, de cada vez que se abria a porta da carruagem e entravam turistas, se se iriam dirigir ou não ao casal de policias...


Chegámos à estação central e subimos a avenida até à praça Dam. Depois metemos por uma das ruas laterais e fomos até ao mercado das flores, deambulando pela cidade sem destino definido, uma vez que em 2006, tinhamos visto a cidade com algum detalhe, nomeadamente o Rijmuseum, onde nos deleitámos com a obra prrima de Rembrant "A ronda da noite", e o museu Van Gogh onde passámos algumas horas.


Tentámos ir ao museu da marinha, mas estava encerrado para obras. Em 2006 chegámos às 16:50 e fechava às 17:00...fica para a outra vez!


23º Dia – 27 de Agosto
Amesterdão, Kinderdijk, Brugges, Calais,
Km perocrridos 415 km
N. 50º51’36
E. 1º39’06’’


Kinderdijk é património da humanidade. Trata-se de um espaço onde foram edificados 19 moinhos entre 1738 e 1740, para retirar a água dos dois canais que tinham sido contruídos entre 1366 e 1369, e proteger aquele espaço das cheias. Os moinhos mantem-se praticamente inalterados desde a sua construção e são o simbolo da luta constante dos holandeses contra a água. É tambem uma homenagem à contribuição que este povo deu no dominio e no controlo da água.
Este é o site da UNESCO dedicado a Kinderdijk

http://whc.unesco.org/en/list/818
Depois de Kinderdijk, foi a vez de deixar a Holanda e rumar a Brugge, outra cidade património da humanidade.
Chegámos por volta da hora do almoço, estacionámos e fomos directos ao centro histórico. Qundo chegámos à praça principal ouvimos cânticos de adeptos de futebol, e ficámos logo algo preocupados. Depois perguntámos aos policias o que se estava a passar, e disseram-nos que havia uma equipe de futebol polaca que jogava com a equipe local (daí aquele aparato).
A cidade de Brugge é realmente muito bonita, foi pena que o tempo que tinhamos para visitar fosse tão curto, mas prometemos voltar, quiçá para o ano com o tempo suficiente para apreciar aquele sitio.
O site da UNESCO é este
http://whc.unesco.org/en/list/996/video


De seguida foi tempo de sair da Belgica e procurar local para dormir mas já em França.


O sitio onde pernoitámos foi numa colina com uma vista única do canal da Mancha, numa quinta chamada "Ferme de l'horloge, em Tardinghen a poucos quilometros a sul de Calais. De uma lado a cidade francesa e do outro Dover com as suas colinas brancas que a 30 km de distância eram perfeitamente visiveis. Impressiona o trafico que aquele espaço tem e fica-se a pensar como é que não há registo de acidentes mais frequentes. À noite sobretudo, daquela colina o espectáculo é muito bonito com os ferris iluminados a atravessarem constantemente o canal. Claro que não há bela sem senão, e o vento forte que soprou toda a noite, quase não nos deixou dormir.

24º Dia – 28 de Agosto
Calais a Parthenay
Km percorridos 608 km


25º Dia – 29 de Agosto
Parthenay a Cubillas de Santa Marta
Km percorridos 807 km
N. 41º48’32’’
W 4º35’35’’

29º Dia – 30 de Agosto
Cubillas de Santa Marta a Peniche
Km percorridos 598 km